SALUTE, nação! A essa altura do mês vocês já devem ter topado com, ao menos, umas duas dúzias de fitas, marcas e propagandas azuladas nos meios de comunicação, empresariais e de promoção da saúde, estou certo? Provavelmente, o motivo disso também não deve ter sido uma surpresa. Desde 2003 a campanha mundial do NOVEMBRO AZUL se dedica a alertar para a importância de cuidar da saúde masculina, especialmente da prevenção do câncer de próstata. Levando em conta o tema e a cor escolhida para a campanha, talvez você possa estar pensando que o foco principal do Novembro Azul é se comunicar com os maiores interessados nesse tópico, nós homens. Ainda estou correto? Mas é daqui para frente que o assunto se complica. Como nós tendemos a negligenciar um pouco a saúde, muitas vezes, são nossas famílias e amigos que agem como porta-vozes, contando ao médico ou nos alertando sobre os sinais que percebem, como a urina fora do vaso ou mudanças na forma de andar e se sentar. Por isso, é com eles que a campanha tenta dialogar para conseguir chegar até nós. Dito isso, como a galera aqui do SALUTE! já se sente amiga de cada um de vocês, é para essa conversa que queremos te chamar. Puxa uma cadeira ou senta na poltrona porque esse papo é importante para todos nós.
Para todos ficarmos na mesma página, vamos começar pelo básico. O câncer de próstata, glândula do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga e que tem como principal função, juntamente com as vesículas seminais, produzir o esperma, é a segunda maior causa de morte por câncer entre os homens. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, mais de 70 mil novos casos da doença irão surgir até 2025. Apesar de grave, a doença pode ser tratada quando detectada precocemente. Mas, infelizmente, o estigma em torno desse tipo específico de câncer muitas vezes impede que homens busquem ajuda e, por falta de hábito, vergonha ou medo, posterguem exames e consultas. Em outras palavras, a maior dificuldade é fazer com que nós façamos os exames necessários. Mas quais são eles?
Pelo seu caráter sorrateiro, o câncer de próstata não apresenta sintomas no início. Quando os primeiros sinais aparecerem, como dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen, 95% dos tumores já estão em fase avançada, o que dificulta a cura. Por isso, os exames preventivos são a melhor forma de identificar a doença. Pacientes a partir dos 45 anos com fatores de risco, entrando aí a obesidade e outros casos de câncer na família, ou 50 anos sem esses fatores, devem ir ao urologista. O exame de toque retal, que indica alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), são os métodos mais comuns de diagnóstico, mas outros podem ser solicitados se houver suspeita, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise.
Mesmo com toda a seriedade que esse assunto pede, eu sei que, fora um detalhe técnico ou outro, eu não trouxe nenhuma grande novidade para nenhum de nós. O câncer de próstata é um risco para nossas vidas, temos como tratar se descobrirmos rapidamente, mas, apesar disso, muitos de nós ainda não vão ao médico. Então, posso jogar minha última carta para te fazer pensar? O autocuidado com a saúde vai além do nosso benefício individual. Ele também protege aqueles que amamos. Ao realizar exames preventivos, nós aumentamos nossas chances de estarmos presentes e saudáveis para nossas famílias, amigos e pessoas queridas. E quem não quer ter mais tempo para ver os filhos crescerem, fazer outra viagem, para jogar o futebol de quarta à noite, brincar com o cachorro ou qualquer outra coisa que nos faça feliz? Então, se cuidem, façam os exames e compartilhem essa mensagem. Hoje ficamos por aqui, nação. Fim do mês nos encontramos novamente com o encerramento do ABRIL AZUL 2024 BV BRASIL. Torcendo aqui para que cada um que leu essa matéria tenha se decidido por cuidar um pouco melhor da própria saúde. Grande abraço!
Fontes: Instituto Nacional de Câncer (INCA), Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e Ministério da Saúde.
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