ENTREVISTA COM O CAPITÃO: BABU WESLEY

 ARTE POR @SOMOSMARSHALL

Antes mesmo de conhecer a BEARDED VILLAINS, o novo CAPITÃO da BV BRASIL, Wesley da Silva, ou BABU WESLEY, já possuía uma das principais qualidades de um membro da Irmandade. E não estamos falando aqui da barba. Natural da Maré, um dos maiores complexos de bairros, comunidades e conjuntos habitacionais da Zona Norte do Rio de Janeiro, filho de uma família não nuclear que, como muitas brasileiras, leva a importância da criação no coração, para além dos pais, esse barbudo sempre soube da importância da SOLIDARIEDADE. 

Disposto a engajar em alguma causa social, mesmo que só na linha “se eu dividir o pouco que tenho, posso ajudar a quem não tem nada”, o atualmente MEMBER Babu, conheceu  o trabalho da BVBR através do Instagram, aceitou o desafio da caridade e foi além: se tornou um dos membros mais ativos dos nossos quadros, ajudou a formar ao menos 15 novos membros e, depois de um período no CONSELHO, foi eleito para a CAPITANIA.

Dividindo sua atenção entre as responsabilidades de SCOUT e as de organizar a nova gestão da Irmandade, que se iniciou em 18 de novembro de 2022, ele recebeu o SALUTE! para alguns papos descontraídos e, lógico, inspiradores. Acompanhem!

Babu, por todas as vezes que contribuiu com as matérias do SALUTE!, nós já te conhecemos um pouco. Sabemos que hoje tem 34 anos, mora em São Gonçalo, Leste Fluminense do Rio de Janeiro, é pai do Noah, de 4 anos, que sempre acompanha as ações de rua no Rio,  e você torce pelo time da estrela solitária, o alvinegro de General Severiano, Botafogo de Futebol e Regatas (risos). Mas, fora isso, a pergunta com a qual queremos abrir, talvez a mais reveladora dessa conversa é: de onde vem esse apelido “Babu”? (muitos risos)

Então (ainda mais risos), esse é meu apelido desde antes de um ano de idade. Eu era um bebê muito gordo. Uma bola de tão gordo que era. E foi meu tio que colocou esse apelido de “Babu”. Babu, era o gênio de um desenho animado.

Nossa! Verdade, fui procurar. Era a série animada “Jeannie”, da Hanna-Barbera. Um spin-off do programa de televisão “Jeannie é um gênio”. O Babu era um gênio gordinho, em treinamento, que transformava as pessoas, por acidente, em picles. 

Exatamente! (Risos)

Vou deixar essa imagem do desenho, essa pérola de 1973, nos comentários, para quem tiver a curiosidade de conferir! Esclarecida a dúvida crucial, você é um cara tão identificado com a BV que é até difícil lembrar que já existia toda uma vida prévia à BV Brasil. Conta um pouco para nós de como era antes da Irmandade.

Beleza. Eu fui nascido e criado, até os 12 anos, no Complexo da Maré, Morro do Timbau. Uma favela gigante do Rio de Janeiro. Lá são várias favelas juntas, na verdade. Minha mãe é da Vila do Pinheiro, que é na parte de baixo da Maré, por exemplo. Mas também tem a Vila do João, Baixa do Sapateiro. O Complexo da Maré é muito grande. Quando eu tinha dois anos, meu pai, Reginaldo, que as pessoas conheciam como Réges, faleceu. Continuei morando com a minha avó, D. Áurea. Avó paterna. No começo da adolescência ela, que agora já é falecida também, eu e dois tios, nos mudamos para São Gonçalo. É onde moro até hoje. E eles, juntamente com meu filho, os filhos deles, são a minha família. Profissionalmente, trabalhava nesse mesmo lugar. Estou há 6 anos no mesmo shopping como segurança. Acho que a diferença só era que, na época, eu estava casado com a Thaís, mãe do Noah. Diga-se de passagem, ela foi minha companheira, é uma ótima mãe para o nosso filho, tem todo o meu respeito e carinho. Assim como também tem a Rose, minha atual companheira, que sempre está comigo nas ações de rua da BV, ajudando nas entregas de alimentos e nos registros das atividades.

 A Bearded Villains como você descobriu?

Eu conheci a BV através do Instagram. Em setembro ou outubro de 2018, quando o Makeiby, da BV  Brasil, começou a me seguir. Na época, a minha barba ainda não estava grande. Devia ter uns dois ou três centímetros, eu estava começando a deixar ela crescer. Mas eu segui ele de volta e fui ver as fotos do perfil. Vi uma galera reunida, barbuda, com um estilo bacana que eu gosto. Pareciam roqueiros e tudo mais (risos). E comentei, em uma das fotos dele, que tinha achado bacana a galera barbuda reunida. Mas que era uma pena ser no Sul e não aqui, no Rio de Janeiro.

Você está falando do Makeiby Medeiros, Loyal do Rio Grande do Sul.

Exatamente, ele mesmo. Depois do comentário, não demorou muito, o Makeiby me respondeu. Agradeceu pela postagem e me explicou que fazia parte de uma irmandade que não era só do Sul. Era no Brasil inteiro e, inclusive, mundial. Se eu tivesse interesse em conhecer e participar, para mandar um Direct. Eu falei “Sério? Quero sim!” (risos). Me interessei, mandei a mensagem e começamos a conversar. Ele passou o WhatsApp para me dar mais detalhes, me interessei mais ainda pela Irmandade e, no final, perguntou se eu queria fazer parte.

Quem foi seu scout?

O Juliano, de Angra dos Reis, município no sul do Estado aqui do Rio de Janeiro. O Makeiby me passou o contato dele, o Juliano me entrevistou e pediu para eu aguardar ser avaliado. Isso no final de 2018. Em fevereiro de 2019 eu tive a aprovação e comecei minha jornada na BV Brasil, como supporter.

Para quem não está familiarizado, o supporter é o primeiro degrau de um novo membro ao entrar na Bearded Villains, é o início do caminho. Depois o candidato se torna Hopeful e, finalmente, Villain. O primeiro ranking oficial como membro da Irmandade. Como foi esse começo para você?

Foi bem especial. Eu comecei em fevereiro de 2019, como supporter, e vi que era algo muito legal. Sempre tive vontade de fazer ação social. De ajudar, poder participar disso, ceder um pouco do nosso tempo. Do pouco que a gente tem para dividir com aqueles que não tem nada, entendeu? Porém, nunca tive uma iniciativa. A vontade sempre existiu. Mas, iniciativa minha, zero. Na BV eu vi essa oportunidade de poder aflorar isso. De poder ajudar de fato, botando a mão na massa, aquelas pessoas mais necessitadas.

Qual foi a sua primeira ação?

A minha primeira oportunidade de participar de uma ação foi já no primeiro contato com a galera da BV. No aniversário de um ano da BV São Paulo, em abril de 2019. Foi meu primeiro Meeting, o primeiro contato de perto com a galera, da BVSP e do meu Chapter, BVBR. Inclusive com o Capitão na época, Juliano, meu scout, e também como futuro Capitão depois dele, o Reges. Que encontro maravilhoso. Por um fim de semana em São Paulo eu pude sair do virtual e ter contato ao vivo com os brothers. Momento de lazer, de trocar experiências. E, no domingo, final do Meeting, a BVSP organizou uma ação numa ONG para crianças, em São Caetano. Foi a hora que eu pensei: “Eu sou isso aqui, cara, sou eu sou um BV. Vou vestir a camisa da BV Brasil, vou respirar a BV. Eu quero de fato fazer a diferença. Ainda que eu não vá mudar a vida da pessoa. Mas que, ao menos naquele dia, vou provar que ela não é invisível. Que ela é especial e está sendo lembrada pelo menos um dia”. Eu não me esqueço nunca desse Meeting da BV São Paulo, de ter podido participar, de conhecer esses brothers e os brothers do meu Capítulo.

Foi nesse Meeting também que você passou para Hopeful, se não me engano. 

Isso, passei para Hopeful no Meeting da BV São Paulo, junto com o Silvio Pereira, que também é carioca e hoje é Member.

A bandeira de Villain quando você subiu?

No final de Abril eu subi bandeira para Villain e depois em Maio, quase um mês depois, recebi meu Patch de Villain. Mais ou menos três meses depois de ter começado na BV. Fiquei muito feliz. É inexplicável. Emocionei mesmo em casa. Todos os patches que recebi até hoje considero  importantes. Tanto o de villain, o de member, quanto o de scout. Mas o de villain é especial porque marca a minha entrada no na BV. Talvez quem esteja de fora não entenda. Só sabe do que eu estou falando mesmo é quem vive isso ali dentro da irmandade.

Depois desse primeiro meeting da BVSP, você esteve também nos meetings seguintes: 2019, da BVBR em Curitiba, e os Sul-Americanos de 2019 e 2020, ambos na Argentina. Não parou mais (risos). Você é um dos caras que mais encontro nas fotos de encontros passados da Bearded Villains. Na questão da caridade, a BVBR também atendeu suas expectativas?

Com certeza. No mesmo ano que eu recebi meu ranking de villain, mais para o final, em novembro, houve a troca de capitania. O Reges Vasconcelos e o Paulo Januário assumiram como Capitão e Co-Capitão. A mentalidade do Reges sempre foi muito boa em relação a caridade, ele passou a focar a Irmandade mais nisso. Tanto que, a partir de 2019, a BVBR desandou a fazer ações. Na primeira vez no Rio de Janeiro, fizemos o Silvio Pereira, a Amanda Christie, esposa dele, e eu. Foi aqui em São Gonçalo, onde eu moro, distribuindo lanches para moradores de rua. E o pensamento do Reges sempre foi muito esse, focar nos pilares da Bearded Villains, principalmente no da caridade. De poder levar algo de um pouco melhor para as pessoas. Foi através das ações de caridade que o grupo do Rio começou a crescer mais, também.

A familia carioca da BVBR é outra parte importante da sua história. Os membros dela são muito próximos um dos outros e muito ativos nas ações nacionais e nas locais de rua. Você foi e ainda é scout de vários desses membros. Como começou esse novo momento no seu trabalho na BV?

Começou em 2020, com o patch de Member.  Foi quando o Capitão, que deixou o cargo agora em 2022, Reges Vasconcelos, conversou comigo. Disse que precisava de um scout no Rio de Janeiro, mais perto da galera do sudeste, e perguntou se eu não queria participar do processo. Eu falei que sim, que estava ali para ajudar, fazer diferença e poder ser participativo. Então o Igor Nascimento, que foi Co-Capitão na época do Juliano Barba, começou a me passar todo o procedimento, toda a regra. Sempre muito próximo, muito solícito para me tirar qualquer dúvida. Daí começaram a aparecer mais candidatos aqui no sudeste e fomos juntando uma galera muito boa para poder fazer ações sociais, principalmente as em ongs e as de rua. Já fizemos várias delas através desse pessoal. O que acaba trazendo, também, mais candidatos para a BVBR aqui no Rio de Janeiro.

E como Capitão, quais são seus objetivos?

Como Capitão, o objetivo na verdade é continuar o bom trabalho dos nossos membros, do Conselho, do Capitão Régis e do Co-Capitão Janu. Têm que ser reconhecido que eles deixaram um legado, conseguindo transformar a BV Brasil em ONG e elevando o nível das ações sociais. Claro que com a ajuda de todos aqueles que estão comprometidos com a causa. Por isso que, diante disso, meu objetivo é montar um Conselho ativo, presente, tendo um Co-Capitão que seja próximo e engajado com a causa. Todos comprometidos com a Irmandade, nossos pilares e empáticos em discutir ideias para nossa melhoria.

Da experiência como scout no Rio de Janeiro, o que você pretende levar para sua gestão como Capitão da BV Brasil?

Acho que o cuidado com os irmãos de hoje e a atenção com os candidatos que estão entrando. Mesmo que não seja nosso objetivo principal, que é a caridade, é importante também efetivar as subidas de ranking, trazer mais para perto os irmãos que estão um pouco mais afastados e fazer as pessoas saberem que elas são importantes. Temos de estreitar os laços. A Bearded Villains Brasil é gente que gosta de gente, pessoas que gostam de pessoas. Se nós não cuidarmos dos nossos, se não estivermos próximos dos que estão aqui, como é que vamos poder nos unir para cuidar dos de fora?

Essa proposta de estar mais próximo, abraça também os irmãos de outros Chapters e de outros países?

Com certeza.  É um objetivo que tenho, que estou amadurecendo e que alguns irmãos já vieram também dividir essa ideia comigo. Uma ideia que é grande, difícil, porém não impossível: poder fazer, pela primeira vez, um Meeting Latino-Americano promovido pela BV Brasil. Um em que possamos trazer brothers de outros Chapters, de outros países, principalmente aqui da América América do Sul. Claro que o Wesley sozinho não é capaz disso. Mas, com o envolvimento da equipe, da galera e da Irmandade, podemos fazer algo épico, que entre para a história e ajude a promover, ainda mais, a BV Brasil.

POSTAGEM DE 05 DE NOV. DE 2022 – BRBQ BAR & SMOKE HOUSE – @BABU_WESLEY

SOBRE A BEARDED VILLAINS: Reunidos em 165 Chapters e presentes em 36 países nos cinco continentes, somos a maior irmandade filantrópica de barbudos no mundo. Em nosso país, seguindo os valores fundamentais de apoio à comunidade local, trabalho voluntário e eventos de caridade da BV Internacional, a Bearded Villains Brasil é o Chapter nacional mais antigo. Em atividade desde novembro de 2015, dividimos com nossos dois outros Chapters Irmãos brasileiros, BV Centro Oeste e BV São Paulo, os mesmos princípios de promoção da ética, paz, cidadania e direitos humanos.

3 Replies to “ENTREVISTA COM O CAPITÃO: BABU WESLEY”

  1. ⚔️❤️

    Sou até suspeito pra falar do meu capitão, mas se depender da nova gestão. Sei que estará fazendo o possível pra manter o legado dos nossos antecessores e seguir em frente pra alçar vôos ainda mais altos!

  2. Quando conheci a BVBR, fui direcionado ao Babu como meu Scout. Sempre atencioso, solícito e didático. Esse brother é a maior inspiração que tenho na irmandade, se eu conseguir ser a metade do que ele é, estou satisfeito. Conta comigo, meu Capitão!

    1. Espero ter contribuído positivamente para a matéria, e como Capitão estou aqui para servir aos demais , Salute meus irmãos!!

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